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Portugal é um País de Poetas: muitos, dizem.
As prateleiras das estantes estão cheias de livros.
Uns que, obrigatoriamente, se estudou. Outros que se tornaram públicos. Muitos anónimos. Que nunca chegaram às prateleiras. De quem nunca se ouviu falar.
Dos publicamente conhecidos, gosto de alguns. De outros nem por isso.
Talvez tenha a ver com a minha forma de ser ou pensar.
Talvez tenha a ver com sensibilidade.
Talvez tenha a ver com as minhas fantasias e humores.
Mas sim. Gosto de poesia. Nem toda.
A que me toca a alma. A que me faz sorrir.
A que me faz pensar. A que dá esperança e faz sonhar.
A que desafia o mundo. A que diz verdades, também.
Gosto de poesia como gosto de música.
A que me arranca lágrimas e sorrisos.
A que me abraça interiormente. A que fala de saudade.
De paixão. Amor. Flores. Pássaros.
A que fala do encontro do sol e da lua. E da paz.
E dos homens e mulheres que perderam a esperança e por ela lutaram de novo.
A que fala das crianças. Do seu direito a serem felizes.
Das avós e das mães. Mas dos pais, também.
E como nos diz Walt Whitman:
“Sou o poeta do Corpo e sou o poeta da Alma,
As aventuras do Céu estão em mim e as penas do inferno estão em mim,
As primeiras enxerto e reforço em mim mesmo, as últimas traduzo para uma uma nova língua.
Sou o poeta da mulher e do homem,
E digo que é tão grande ser mulher como ser homem,
E digo que não há nada maior do que a mãe dos homens.
…”
(excerto)
in, “Canto de Mim Mesmo”, a págs.54/55
Sim. Gosto de Poesia.
Dá-me a satisfação de ser. De amar.
Fotografia: O Luca bebé ao colo da Vovó Tiló
As férias da Páscoa terminaram e o meu Luca chegou a casa radiante do passeio que deu com os pais.
A gata Yuki que eu cuidei durante este tempo demonstrou, ruidosamente, a falta que o seu menino e os donos lhe fizeram.
Embora, diariamente, brincasse e passasse um bom tempo (esqueci-me de a escovar!) com ela, a saudade dos donos foi visível.
Claro que o dono foi logo, de escova em punho, esfregar-lhe cuidadosamente a barriga e escová-la. Coisa que ela delira!
O meu Luca que no decorrer da viagem me telefonava e dizia na sua vozinha doce que tinha muitas saudades minhas, abraçou-me efusivamente.
Dias antes tinha obrigado a mãe a ligar-me de novo porque não tinha falado comigo e estava cheio de saudades.
O meu coração pula de alegria nestes momentos.
Sei que o crescimento dele acontece também com ausências de férias; tempo tão necessário para passar com os pais que lidam com ele de uma maneira inteligente e comunicativa.
Mas as saudades são tantas, tantas, que, por vezes, parece que o meu coração vai explodir.
Sentir a ausência dele, fora de casa, por outros caminhos, neste mundo tão acidentado, traz-me uma angustia terrível mas que nunca a confesso.
O prazer de revê-lo, a alegria dos seus olhos, o seu abraço carinhoso, é o bastante para me sossegar.
Outras férias virão. É bom para o seu crescimento.
Fotografias:
A gata Yuki
O Luca em férias de outro ano.
O Luca e a mania dos carros antigos