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O Luca já fez um ano!
Parece-me ainda impossível que já tenha passado um ano desde o dia que o nascimento dele me tornou a Avó mais babado do mundo!
O coração enche-se de uma ternura desmedida, de um amor inigualável, sempre que o meu pensamento voa para ele, sempre que os seus belos olhos me olham, sempre que o seu sorriso me aquece o coração.
Queria escrever algo especial mas, confesso, o meu espírito transborda de tal maneira, que as letras vagueiam loucamente e brincam com o amor que sai dele, teimando em saltaricar sílaba a sílaba o fervor da minha alegria.
Belo o sorriso
nos teus olhos cor de malva
que acalma e deleita
meu coração de amor
por ti
Teus deditos
que apertam minha mão
são vara de mago
dentro do meu coração
Olhando-te,
o mundo pára para mim.
E és tu, meu pequenito
que floresces no próspero mundo
que desejo para ti.
Com o amor,
da Avó
Feliz Aniversário!
Porque mesmo nas palavras dos outros, a memória e a saudade, estão presentes.
Momentos únicos que revejo, tantas vezes, intimamente.
Um deles foi o de ter sido mãe e, confesso, que adorei.
A gravidez dos meus dois filhos (em situações diferentes) foi tão desejada que recordo somente os bons momentos, o prazer de cada movimento, os pontapés (às vezes a desoras), as mudanças do corpo e, inclusive, os típicos enjoos que não me incomodaram.
Houve muitos momentos de grande felicidade na minha vida, que evoco com saudade, mas a gravidez foi um dos maiores e melhores, só superada pela alegria de ter, pela primeira vez, o meu neto Luca nos braços.
Quem já é avó deve entender na perfeição esta dualidade de sentimentos; é uma dádiva que ultrapassa todos os sentidos.
Se adorei ter filhos, o que sempre foi um objectivo de vida (adorava ter tido mais, mas a vida não o permitiu), ser avó era um sonho que acalentei desde sempre.
Não se riam! É verdade.
Desde muito nova que o nome Avó me fascinava. E sempre desejei ter o privilégio de ser assim chamada. Concedida esta magnifica graça, o Luca é hoje, confesso, o menino dos meus olhos, do meu coração e, até, do meu sorriso; sempre que nele penso, apetece-me sorrir.
Até um poema inserido a páginas 7 do livro "Fernando Pessoa. Comboio, saudades, caracóis", organizado por João Alves das Neves em 1988, traz-me a lembrança do Luca e sorrio, feliz, lembrando os gorros, bonés e chapéus, com que os papás dele o protegem.
Havia um menino
Havia um menino,
que tinha um chapéu
para pôr na cabeça
por causa do sol.
Em vez de um gatinho
tinha um caracol.
Tinha o caracol
dentro de um chapéu;
fazia-lhe cócegas
no alto da cabeça.
Por isso ele andava
depressa, depressa
p’ra ver se chegava
a casa e tirava
o tal caracol
do chapéu, saindo
de lá e caindo
o tal caracol.
Mas era, afinal,
impossível tal,
nem fazia mal
nem vê-lo, nem tê-lo:
porque o caracol
era do cabelo.
São nestes pensamentos que vagueio e que dão novo incentivo à minha vida.
Entre os afectos de quem amo e o amor das palavras que compõem a poesia da minha alma, é este o meu mundo.
Que partilho com gosto!
Apetece-me o Verão.
As roupas leves, os passeios na praia, pés descalços na areia molhada, os gelados na esplanada, o céu estrelado em noite de lua cheia.
Os passeios com o Sting, puxando-me, em correria, passeio fora, parando em cada árvore que se cruza com ele, nunca se cansando e deixando-me estafada de tanta correria.
Ah!… O Verão!...
Esta ansiedade do Verão conjuga-se com o anseio de ver o meu neto Luca, já a caminhar, de mão dada comigo, passeando pelo parque do Senhor da Pedra, o prazer de com ele jogar à bola, empurrar-lhe o baloiço ou segurá-lo no escorrega.
Imagino-o com aquele grande sorriso malandreco que ilumina e aquece meu coração a correr pelo relvado fora e o prazer daquela canseira feliz.
E o regresso ao doce ambiente do Lar…
Ah!… O Verão!...