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Foi sol de pouca dura o dia de ontem mas suficiente para o já saudoso passeio pela minha praia favorita.
Irreconhecível. O passadiço destruído desfigurava por completo a agradabilidade do passeio matinal. A sujidade trazida pelas marés ou exposta pelo movimento da areia, onde provavelmente estaria escondida, dá um ar de completo desleixo a uma praia que primava pela areia limpa.
Sinto a força do mar em cada onda que se vem espraiar na praia transfiguradada.
A Capela, como desafiando a maré-alta, mantém toda a sua imponência. Lá dentro sente-se paz e nem o rumor do mar a faz quebrar; a luz difusa envolve o ambiente dando uma tonalidade misteriosa aos altares enfeitados de cravos frescos, vermelhos e brancos.
Deixo-me envolver por todo aquele magnetismo e esqueço-me de tudo o resto.
Gargalhadas despertam-me e despeço-me da Capela.
Um jovem casal brinca na escadaria e sorri-me quando por eles passo. Sinto a felicidade que emana deles e retribuo o sorriso.
É tempo de voltar.
O vento continua a trazer-me o riso dos jovens que enche o meu coração. Sorrio, com a alma cheia de sentimentos positivos.
O sol continua a brilhar.
Cresce
no teu corpo
que já foi sementinha
dentro do meu.
Nos meus braços te embalei,
menina minha,
dona do meu coração.
Voaste, voaste,
mas no teu ninho
(braços meus)
sempre te albergaste.
Na ternura.
do amor que vos une,
a paixão frutifica e
cresce, cresce…
Um dia destes,
oh suprema alegria,
serei avó
mas serás sempre,
filha minha,
a menina do meu coração.
Dedicado à minha Filhota e ao meu querido Genro que vão fazer de mim...Avó!
Amo-te. Amo-vos.
(Dez/2012)
"Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar sempre inteira."
Recordei esta frase de Cecília Meireles (que tanto diz de mim) ouvindo o som da chuva enquanto o vento fustigava os pés de orquídea dos vasos da minha varanda. Ao longe, as ondas de espuma branca, entravam-me olhos dentro.
E na linha do horizonte o azul do céu confunde-se com o mar.
Saboreio o quente do café que percorre as minhas veias com uma sensação de conforto perante o frio do vidro onde estou encostada.
Mil imagens passam perante os meus olhos e, muitas delas, fazem-me sorrir.
Continuo a beber o café e as ondas do mar levam meu pensamento para bem longe e volto a tempos imemoráveis, tempos que se perderam, mas que me fizeram crescer. E amadurecer.
Sorrio. Ainda, interiormente, sou a menina que acreditava nos sonhos.
Olho a paisagem como se fosse um espelho de mim: vagueio naquela praia, subo a escadaria da minha capela favorita, onde o som das gaivotas e o ruído do mar se confunde com o silêncio, enterro os pés na areia molhada e respiro a natureza.
Tanta lembrança! Tantos sonhos!
E, entre a menina que outrora fui e a mulher que sou, há um sentimento novo que me preenche por completo e me faz desejar, cada vez mais, viver.
O prazer de sentir nos meus braços o meu neto Luca!
O meu coração, todo o meu ser, enche-se de amor.
Um amor novo mas imenso como o mar.
O Paulo de Carvalho dizia na sua canção que "…10 Anos é muito tempo/ Muitos dias, muitas horas a cantar…"
Eu digo que 8 anos (feitos em Outubro passado) é muito tempo para ter um blogue sem acesso!
Pois é… o primeiro Menina Marota a que eu carinhosamente chamava o “blogue da Menina do baloiço” e cujo Template inicial foi construído pelo Andy, do blogue A babushka, estava inactivo desde a mudança das plataformas e apesar de ao longo dos anos ter feito uma série de tentativas para o recuperar, nunca consegui.
Finalmente o Sapo recuperou parte do blogue e deu-me entrada nele. Abri hoje pela primeira vez, após oito anos de ausência, as janelas desta "casa".
E como oito anos é, realmente, muito tempo, muita coisa aconteceu incluindo outros blogues onde fui escrevendo e partilhando aquilo que me apeteceu no momento.
Acontecimentos pessoais marcaram, entretanto, a minha vida pessoal.
Um dos maiores e melhores foi, sinceramente, o facto que me levou a alterar o título inicial deste blogue (Menina Marota) e intitulá-lo "A Menina Marota já é Avó!".
Pois é… já sou Avó, desde 22 de Fevereiro de 2013.
E estou imensamente FELIZ!
A recuperação deste blogue é, pois, dedicada ao Luca. Aqui contarei algumas gracinhas do menino dos meus olhos.
Grata ao Pedro Neves, da Equipa do Sapo, pela gentileza e pelo trabalho que teve nesta recuperação.
A Todos...