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Como sabe bem nestes dias calmos de Outono ainda com rasgos de Verão o sol incidir no corpo.
A brisa leve revolta os cabelos e o cheiro a algas e sal envolve.
Momentos de serenidade...
Solidão
Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!
Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.
És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
Juan Ramón Jiménez,
in "Diario de Un Poeta Reciencasado"
Tradução de José Bento
Foto: O mar da minha praia favorita.